Pular para o conteúdo principal

Abertura Olimpíadas Rio-2016

Amei a abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Espetáculo lindo, representando bem e um pouquinho o que é ser brasileiro. Abaixo, o que mais me orgulhou na festa de abertura.

Paulinho da Viola cantando o hino nacional. Que coisa mais linda, sublime, elegante. Confesso que já estava irritada com a execução do hino ao lembrar daquela gritaria ridícula e patética da seleção CBF 7 a 1 na Copa de 2014 e tudo que ela representa e se confunde, na minha modéstia opinião, com o que vemos nas ruas ultimamente. Voltando ao Paulinho da Viola, desejo que ele seja chamado em outros eventos para nos brindar com tanta beleza.

O voo do 14 Bis de Santos Dumont. American people, stop. A invenção é nossa e ponto final. Lindo de ver o avião decolando no Maracanã e depois sobrevoar o Rio numa ilusão de ótica incrível. Mais uma prova de que podemos ser gigantes.

Daniel Jobim cantando Garota de Ipanema pra Giselle desfilar.

Construção de Chico Buarque erguendo os prédios das cidades.

As delegações africanas, a delegação dos refugiados, a Yane Marques abrindo como porta-bandeira do Brasil e Lea-T abrindo a passagem da delegação brasileira.

Os anéis olímpicos da mesma cor e em forma de floresta.

O menininho Thawan Lucas da Trindade sambando ao som de Wilson das Neves que tirava o som de uma caixa de fósforos.

Caetano e Gil mais Anitta. Ficou bonito sim, puristas!

A bateria das escolas de samba.

Guga levando a tocha até Hortência, que passou para Vanderlei Cordeiro de Lima acendê-la. Emocionante e que bom Pelé não ter aceito o convite. Vanderlei merecia estar no topo. E a pira acesa e envolta a uma esfera de bolas girando, criando um efeito deslumbrante.

Cores, texturas, história e cultura em um espetáculo belo, com um pouco da nossa cara, sem pretensão de superar outras aberturas, mas entregar algo que surpreendesse positivamente.

A parte ruim da abertura foi o presidente interino. Sem nome. Por mais de duas horas pensei que não tivesse um presidente representando o país. De fato não tinha. Por esse motivo e a forma como se chegou a isso tudo, não consigo sentir orgulho, mas fiquei feliz com o resultado da cerimônia, apesar deste senhor estar ali e tudo que o envolve e se relaciona com o nosso momento político e social.

Voltando ao evento olímpico e partindo para a competição em si, irei torcer pro Brasil e gosto muito de assistir às competições olímpicas, como gosto de Copa do Mundo e acompanhar jogos de atletas incríveis como as estrelas da NBA, os nadadores da Austrália, os ginastas de vários países. Confesso que não vou torcer para seleção masculina de futebol da CBF, por não me identificar absolutamente em nada com ela, com o seu passado remoto e por não acreditar mesmo que algo minimamente respeitoso e autêntico possa surgir depois do 7 a 1.

Aliás, não vejo nenhuma identificação de futebol masculino com as Olimpíadas. Não sei se pelo fato de o esporte ter um evento tão grandioso como a Copa do Mundo, pelo ganho absurdo de muitos jogadores brasileiros e estrangeiros que, muitas vezes, acabam por demonstrar certa indiferença ao representar o próprio país em outros eventos, tanto que não me importaria se fosse tirado das Olimpíadas - apenas o masculino - permanecendo o feminino que tem total conexão com as Olimpíadas e precisa de mais exposição e investimento, porque futebol também é coisa de mulher, caso algum lunático ainda pense o contrário.

E que o evento durante os restantes 16 dias seja glorioso dentro das competições e da melhor forma possível fora dela.

Em tempo: muito feliz pelo surf e skate como esportes olímpicos a partir de 2020.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O coração de Londres Trafalgar Square é passagem obrigatória para visitar marcos londrinos e é repleta de atrações, dentre elas a National Gallery. Poder se deparar com obras de Van Gogh, Monet, Boticelli, Da Vinci, de graça, num espaço que recebe cada visitante com lírios inebriantes na entrada, é umas das maiores riquezas que uma viagem pode nos oferecer. National Gallery Esculturas, chafariz, eu e National Gallery em Trafalgar Square Como gosto muito de visitar igrejas, seja pela arquitetura, pela história, além de poder agradecer por estar em Londres novamente, a Saint Martin in the Fields é o lugar certo para isso em Trafalgar, onde ainda posso almoçar na cripta muito aconchegante e nada sombria, onde tomaria uma sopa de brócolis apimentada que foi a escolha certeira para o frio.  Cripta da igreja, onde é servido almoço e café Fachada da Igreja Saint Martin-in-the-fields Uma das coisas que me chama a atenção é a quantidade de mendigos num estado de let

Definitivamente talvez

Meu Definitely Maybe, original em CD O título do texto é o nome do álbum de estreia do Oasis, lançado há vinte anos, em agosto de 1994. Vi o Oasis pela primeira vez no extinto programa da TV Gazeta, Clip Trip, ao qual assistia sempre para acompanhar os meus artistas favoritos. Lembro do apresentador falando sobre o Oasis, antes de passar o vídeo de Supersonic, primeiro single do disco. Ele disse mais ou menos assim "esses caras estão fazendo barulho na Inglaterra e se dizem melhores que os Beatles. Sei não, vamos ver se é tudo isso e se o sucesso vai durar". O comparativo com os Beatles era mais uma das polêmicas que os irmãos Noel e Liam Gallagher criaram e estenderam durante toda a carreira da banda. Na verdade, a influência mais clara e até o modo como se vestiam, remetia à banda de Liverpool. Mas jamais foram cópia dos Beatles, o que muitos odiadores costumam dizer.  Aceitar isso é o mesmo que reduzir o talento do Oasis, um dos últimos representantes do rock,

Londres em 5 músicas

Grandes capitais mundiais recebem homenagens em canções. Nova Iorque foi tema de inúmeras músicas, mas New York, New York, imortalizada na voz de Frank Sinatra, é a canção definitiva da Big Apple, cantada por nova-iorquinos e estrangeiros, inclusive na virada de ano na Times Square.   Berço de vários artistas - do punk, do progressivo ou do eletrônico, capital mundial do pop - Londres também é homenageada em diversas músicas. Ao contrário de Nova Iorque, talvez, não tenha uma canção que a defina, que seja a mais famosa e que possa ter, ao menos, um verso cantado por qualquer pessoa mundo afora. E muitos artistas lendários do rock e do pop dedicaram um pedaço de suas obras à capital britânica ou, como diz o poeta, cidade que alguém só se cansa, quando está cansado da vida.  Como relaciono música a vários momentos, coisas e pessoas, fiz uma lista com base em minha imagem sobre a cidade do meu coração ou a lembrança mais significativa que tenho dela ao escutar essas músicas.