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Até breve, minha querida Londres!

Escolho para o último dia da viagem, uma visita ao Borough Market, que é uma espécie de mercado municipal como o de São Paulo. Visitar mercados em geral, especialmente os de rua, é uma das coisas que mais gosto de fazer quando viajo, principalmente pela infinidade de sabores e cores que mostram um pouco do que a população local consome.






Por essa razão, sempre procuro experimentar a culinária local, para imergir no lugar visitado. Como geralmente escolho um fish and chips quando vou a um novo pub ou algo tradicional britânico, decido explorar mais da culinária que o mercado tem a oferecer e escolho um lanche de carne britânica com um pouco de salada. Para a sobremesa, Butter Pudding, que é uma espécie de bolo recheado com frutas, que ingleses amam. Não resisto e saboreio um cheesecake de framboesa que estava divino, até porque amo frutas vermelhas e elas não faltam por aqui.

Butter Pudding

O cheesecake que provei é o do meio, na primeira fileira, de baixo para cima. 
Ao lado do Borough Market está a Southwark Cathedral, a igreja gótica mais antiga de Londres, que data do século doze.

Southwark Cathedral
Southwark Cathedral
Mais um refúgio, num local agitado como a região de London Bridge e próximo ao The Shard, o mais alto prédio da cidade e da Europa Ocidental, com trezentos e dez metros de altura, de onde vi, dias antes, o cair do sol até a chegada da noite, iluminando a metrópole e deixando seus símbolos como miniaturas.   

The Shard - o ponto mais alto da paisagem de Londres
Londres em miniatura

Várias pontes em apenas uma foto 
London Bridge aos pés
Canary Wharf longe e perto; o curso do rio
Para terminar os passeios por Londres, sigo para o Hyde Park antes de ir embora. Ele parece infinito e acredito que seja o parque que tem a vegetação mais diversa dos parques ingleses. 


Uma das entradas do Hyde Park

Árvore ao contrário
Por dentro da árvore ao contrário







Caminho, sento na grama, vou em direção ao Royal Albert Hall, caminho mais, sento em frente ao Lago Serpentine.




Serpentine Lake

Royal Albert Hall à esquerda e Albert Memorial à direita

Um sol aparece quase às sete horas da noite e ilumina o lago, formando uma paisagem que eu registro pela câmera para guardar aquele momento, de onde observo inúmeras muçulmanas cobertas dos pés à cabeça, algumas somente com os olhos a mostra para contemplar o lindo fim de tarde. Definitivamente é o que mais me choca aqui.

Serpentine Lake

Tenho apenas duas horas até a hora do embarque, de propósito, só para ficar mais tempo. Consigo pegar o Routemaster número 9 que me deixará em Trafalgar Square, onde pegarei outro ônibus para voltar ao hotel. Até então, só tinha andado nos modernos double deckers. Nem todos os ônibus originais antigos, com apenas uma porta, com entrada e saída pela frente foram aposentados e consigo me sentir realmente na cidade, de novo, e parar em Trafalgar por um breve momento até a volta e pensar o que Londres significa para mim. 


Routemaster
Penso que as ruas de Londres remetem aos meus artistas favoritos. Cada ponte, cada calçada, cada muro, ainda que não seja Abbey Road, me aproxima dos Beatles, Clash, Suede, Joy Division, Sex Pistols, Deep Purple, Radiohead e Oasis, das divas Adele e Amy Winehouse, que nasceram lá, para citar alguns. 



É a cidade mais rock que eu conheço, capital mundial da música e que é um dos principais motivos que sempre me levarão a ela, com todo o amor e veneno que oferece, como canta o Suede.

Deixo para trás os ingleses acolhedores e reservados, os vendedores que entregam a mercadoria dizendo cheers, que lá não significa apenas um brinde, mas até logo ou obrigado, dos ônibus vermelhos, a multidão nas calçadas da Oxford Street, os letreiros luminosos de Piccadilly Circus, os músicos de rua em toda parte, o motorista de ônibus que não para fora do ponto, os moradores que ficam irritados com as pessoas que andam devagar nas calçadas, como eu fico na minha própria cidade, de vir a cidade do primeiro banco do segundo andar do Double decker, o lanche de atum do Pret a Manger, da Starbucks em cada esquina, a arquitetura que a torna mais bonita, o antigo e o moderno fazendo parte da mesma paisagem, Sherlock Holmes, a curtição nos pubs, atravessar a rua ou andar de ônibus do lado contrário.


AAAAHHHH, Picadilly Circus!





















































Oxford Street e Selfridges



A visão do primeiro banco do bus 


























Milleniun Bridge abrindo caminho para a milenar e linda Saint Paul´s Cathedral

Tower Bridge ao fundo, The Shard e Milleniun Bridge numa só paisagem e harmoniosamente

Ao caminhar para o metrô, tento conter as lágrimas e torço para em breve estar de volta e, quem sabe, fazer de Londres o meu lar. Afinal, “quem está cansado de Londres, está cansado da vida; há em Londres tudo que a vida pode proporcionar”, como sentenciou o escritor inglês Samuel Johnson.

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